segunda-feira, 14 de julho de 2008

Devaneios Matinais


Ah! Um bordel de putas cegas! Onde elas vivessem bem. Muito bem.
Afinal, não veriam seus sórditos clientes que, eventualmente, são velhos e gordos. Maltrapilhos, sujos, nojentos.
Nem tomariam conhecimento das consequências de sua batalha travada e perdida para o tempo.
Um bordel assim, proporcionaria a cada prestadora de serviço dele uma singela inocência.
A qual poderia, em meio a tanta obscenidade e falta de pudor, perdurar eternamente.
Aliás, eu quero uma puta cega para mim. Quem não iria querer?
Uma que me dê prazer incodicional. E, claro, não
me veja em situações constrangedoras e não me julgue por qualquer motivo que for.
Que não veja também e nem se dê por conta o quanto sua existência é insignificante e sua atividade
extremamente indigna.
Olha, não que eu esteja preocupado. Não mesmo. Mas queria entender quem fez com que estas mulheres sejam estes seres sofríveis sem visão. Tanto potencial perdido numa imensa escuridão despudorada.
Eu tento sempre pensar que é culpa do bordel. Esta instituição sem escrúpulos e aproveitadora.
Mas logo caio na real e me pego rindo.
A culpa é dos clientes. É óbvio que é. São eles que vão até estes lugares, apenas divertem-se, aproveitam-se e nunca fazem nada. Absolutamente nada para que estas mulheres possam, quem sabe, enxergar um filete de luz.
Então, subitamente, paro de rir. Pois lembro que também sou um cliente.
E entendo que, posso não ser cego, mas com certeza tenho sérios problemas de miopia.
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Culpem o 'rapazote' da foto, meus caros. Foi ele quem me contou sobre um bordel com estas características.
Eu apenas escrevi um texto. O que tem de mal em escrever um texto? Afinal de contas, é apenas um texto.
Não é mesmo?

Um comentário:

Anônimo disse...
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