segunda-feira, 21 de julho de 2008

Tentando entender o George


Eu estava conversando com o George esses dias. George é meu novo amigo, pra quem não sabe.
E ele tava me falando de umas concepções muito doidas. Falávamos sobre a possibilidade de uma sociedade futurística apocalíptica e suas várias características, uma em especial me chamou a atenção: a criação de uma nova língua. Diz meu amigo que esta língua - denominada por ele a Novilíngua - terá peculiaridades interessantíssimas. E dessas peculiaridades poderá se tirar grandes conclusões e um entendimento profundo desta sociedade por ele criada.
Esta língua visa a objetividade. Ou seja, sua primeira ação, então, seria acabar com os sinônimos. Logo depois, poderia-se destruir os antônimos, já que milhares de sinônimos despareceriam. Depois, acabariam-se os montes de adjetivos. Porque afinal, se há o bonito, pra quê o maravilhoso, explendoroso etc? Que fiquemos com o mais simples e direto. E depois, acabariamos com vários verbos. Se o princípio é a rapidez e a objetividade, pra quê falar ou escrever tanto, não é mesmo?
As consequências seriam drásticas, diz meu amigo. Afinal, com tanta destruição de palavras, o rumo natural das coisas seria, obviamente, todas as palavras se limitarem a uma só.
E é aí então que vemos qual é o real objetivo desta Novilíngua: estreitar a gama do pensamento.
O George - vendo que eu estava horrizado - me explicou direitinho, dando um exemplo: " Como é possível dizer "liberdade" e seu conceito, se for abolido o conceito de liberdade? Todo o mecanismo do pensamento será diferente. Com efeito, não haverá pensamento, como hoje o entendemos. Novilíngua quer dizer não pensar. Não precisar pensar. Novilíngua é inconsciência."
Depois de ouvi-lo falar isso com tanto entusiasmo, me ocorreu um pensamento (sim, eu ainda tenho pensamento): devemos matar esse meu amigo, o George.
Imagina se ele escreve um livro com isso tudo? Temos de matá-lo. Com certeza temos.
Mas algo me impediu, pelo menos naquele momento, de fazê-lo.
Se ele escreve um livro com este conteúdo, pode ser que pessoas tomem conhecimento desta idéia e entendam o quanto ela é horrível para toda a espécie humana. E, visto desta maneira, até que seria bom deixá-lo escrever este tal livrinho.
Quem diria, hein George, que com esse bigodinho tu terias idéias tão lúcidas. Ou, pra quem assim as vê, tão terríveis.

3 comentários:

Unknown disse...

Bom,
Como ja tinha comentado antes, os radicalismos nos fazem pensar muito mais do que uma bela palavra, como a Bíblia por exemplo, a Bíblia nos encaminha ao que ela quer que concluamos, ao contrário de Mentes extraordionárias como o nosso ( nosso mesmo, tá) George, que nos faz pensar muito bem e nos faz pensar que, de vez em quando, somos inteligentes..... rsrsrsrs


Enfim, Eu concordo com a sua conclusão e um bom reforço para é o vídeo que tá no youtube - e que nao tenho o link agora - "Ler deveria ser proibido"

;)
Bjin

Anônimo disse...

Cara, parabéns pela iniciativa(atitude) de escrever algumas palavras em um blog...

muito interessante o teu ponto de vista sobre o autor G. Orwell...


Abraço Jagua !!!

Anônimo disse...

Grande Tonin!
Eu diria muito grande, afinal, quem em sua sã consciência escreveria coisas tão complexas refletindo em um louco que escreve coisas tão utópicas sobre novilingua, teletela e coisas do gênero??? Esse George realmente foi brilhante, basta uma palavra e lá se vai o pensamento e o livre arbítrio...

Viva a rede Globo e sua ideologia barata que visa acabar com a crítica do brasileiro, crítica sobre tudo e todos eu diria.

Afinal, com bundas, peitos e possiveis transas ao vivo sob os edredons que se preocupa com escândalos do tipo Mensalões, privatizações e escândalos da Petrobras???

O importante é saber quem comeu quem e quem e quem falou mal de quem, depois o sono bate, a barriga pesa e os olhos fecham.

Acabou o espaço pra crítica, do pensamento e das possiveis cobranças... mais um brasileiro feliz.

Muito bom texto meu amigo.

Abraços

Helton