quinta-feira, 18 de setembro de 2008

E eu não sabia! Ou me enganava. Me omitia!
Fazer duas faculdades é extremamente difícil. Ninguém me disse o contrário, é bom que se diga. E eu mesmo o sabia. É leitura que não acaba mais. Trabalhos aqui e acolá.
Tudo isto implica em estresse, em noites mal dormidas e muito mais. Ou menos.
Estou me interando das duas faculdades integralmente, se é que estou conseguindo fazer algo integralmente. Mas sinto estar pendendo para um lado: Biblioteconomia.
Tu vê, que coisa engraçada... História era o curso da minha vida. E talvez ainda o seja. Eu amo História. O curso, com as devidas ressalvas, é muito bom. Não tem como eu achar que não é.
Mas a Biblioteconomia conseguiu, heim. Curso estereotipádo e fácil de passar no vestibular. Ridicularizado pela maioria dos leigos e subjugado até na própria Universidade, mas que tem um poder indiscutível e imensurável.
Impressionante, impressionante...

quarta-feira, 30 de julho de 2008

O cheiro de mofo

os livros são objetos interessantes.
Enquanto existem alguns que pegamos, e lemos com uma voracidade, com uma vontade de saber o final, outros são tão apáticos, chatos, que enrolamos para lê-los ou os lemos sempre torcendo o nariz.
Há aqueles que se pode ler no ônibus, na escola, em meio à multidão. Outros em silêncio absoluto, atento a cada detalhe, minunciosamente.
Os sérios, os superficiais. Os de capa dura, os maleáveis. Os antigos, com cheiro horrível e cheios de histórias, os novos e elegantes.
A verdade é que adoro estar no meio deles, de falar com eles, de ouvir-lhes falar comigo.
De tocá-los, sentir o seu cheiro, imaginar suas histórias, procurar manchas, saber seus segredos.
Quem os leu antes? Quantas mãos os pegaram? Em que lugares estiveram?
Ah, os livros! Eu quero todos! Ler todos, tocá-los todos.
A convivência com livros é maravilhosa, porque ao contrário do que todos pensam, não é porque os lemos que temos o controle. São sempre eles que nos dizem tudo, ditando o ritmo da narração, o conteúdo da poesia, o poder das palavras.
E nós? Somos meros escravos Deles. E, pelo menos nesse sentido, eu não quero minha alforria!

Take your money and run!


Comprar uma bicicleta ou se casar: eis a questão.
Quando se chega a determinado ponto da vida, começa-se a especular o que faremos a seguir.
E é impressionante o nosso falso sentimento de que já sabemos - com absoluta certeza - o que vamos fazer. Sabemos nada!

Gostamos disso, daquilo e daquilo outro. E, se depender de nós, fazemos tudo ao mesmo tempo.
Por quê? Porque é simplesmente aprazível! Porque temos sagacidade, vontade! O que falta é tempo e, obviamente, dinheiro. História, Biblioteconomia, Ciclismo, Natação, Viagens, Engenharia, Futebol.
Tudo isso não tem nenhuma, ou pouquíssima, relação. Mas fazer o quê? Enquanto podemos sonhar, que sonhemos.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Novos Caminhos

Apartir do início efetivo do segundo semestre letivo de 2008, minhas postagens aqui vão diminuir. Isto em viturde do meu ingresso em duas universidades. (um reingresso na UDESC e outro ingresso na UFSC). Pretendo escrever periodicamente, mas ficará mais difícil.
Meu tempo ficará extremamente escasso, e ainda pretendo trabalhar a tarde.
Eu quero que realmente dê tudo certo. Não com o blog, né. Com a minha vida.
Embora eu tenha quase a certeza de que ao final do ano, ou mesmo antes, eu tenha me arrependido de sair do meu trabalho tranquilo, da minha rotininha e de ter perdido meu dinheirinho certo.
Mesmo assim, seguindo o pensamento de que vou me privar agora para ter mais no futuro, mantenho minha decisão de sair daqui. Aqui, é onde eu trabalho e o lugar de onde escrevo sempre neste blog. Pela quantidade de posts, vocês podem imaginar que não é um trabalho tão árduo. Mas que venho fazendo durante três anos e alguns meses e que tomaria o tempo de uma das minhas faculdades. Certamente escolhi as duas em detrimento do trabalho.
A procura por trabalho não é fácil, diz minha mãe. Nada é fácil e eu sei disso.
Apatir do momento que eu resolvi cursar duas faculdades, correr atrás, estudar mesmo. Dar a cara a tapa. É o momento que ela, todos vocês e eu mesmo, têm de compreender o valor que há nesses atos. O arrependimento é o sentimento mais fácil que eu poderei sentir. Pois usando a palavra 'se' para isso e 'se' para aquilo, poderei ficar pensando como poderiam ter sido as coisas se eu tivesse tomado esta ou aquela decisão. Por isso, parto da premissa, e tentarei mesmo, não me arrepender. Mesmo se der tudo errado. Mesmo se eu começar a odiar o curso de Biblioteconomia, descobrir que História não é curso da minha vida e viver na miséria, passando fome ou coisa parecida, vou tentar lembrar que estou fazendo isto pensando no meu futuro, ou melhor: tô fazendo isso achando que realmente é a coisa certa a fazer. Depois, se ver que realmente errei, eu voltarei atrás e mudarei novamente a minha postura, começando de novo, fazendo de novo. Tentando de novo. O que eu não posso fazer é parar de tentar. E como neste verbo 'tentar' existe sempre nele, incutido, o pensamento de 'arriscar'. Estou me arriscando. Hoje e sempre.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

7x1


Quando mudei a postura do Blog, eu disse que não faria disto aqui um diário com descrições monótonas do meu cotidiano. Mas tem uma coisa que eu não posso deixar de comentar: o futebol de ontem.
Fui assistir meu time, como visitante, contra o Figueirense que é o time da minha cidade.
Meu time, como a maioria sabe, é o Grêmio. No caso do jogo de ontem, no qual eu fui e perdi a voz, o Grêmio METEU 7x1 no Figueira.
Eu só tenho que me conformar, futebol é pão e circo.
Mas não tem como não se alegrar com o frenesi do estádio com uma vitória dessa.
E Dá-lhe Tricolor.
"TRICOLOR! TRICOLOR! TRICOLOR TRICOLOR TRICOLOR! LARARAAAAAAA, LARARAAAAA, LARARARARAAA"
Amanhã eu volto ao normal, com a minhas histórias e minha síndrome de pseudodepressão.
Vocês aguentam, né?
Porque hoje a felicidade mora aqui!

quinta-feira, 24 de julho de 2008

O bairro.

Vítor irrompeu na sala de Dona Maria gritando. No primeiro momento não se entendeu nada do que ele pronunciava. Falava rapidamente, sem pausas, com um aspecto fragilizado e alarmado. Dona Maria, que estava preparando o almoço na cozinha, lavou as mãos e andou vagarosamente para ouvir o que o pequeno Vítor tinha a lhe falar, não imaginando que a notícia mudaria o modo de vida de todo o seu bairro.
- Tia! Tia! Encontraram um corpo! – depois de muito esforço, conseguiu-se distinguir apenas estas palavras. Dona Maria tinha experiência com essas crianças que só faziam traquinagens e bagunça na sua casa e em seu bairro, mas não entendeu como deveria o recado de Vítor.
- Quê corpo, moleque? – perguntou asperamente.
- Corpo, tia! Corpo de gente. Corpo morto! Vem comigo! – replicou ele, puxando Dona Maria para janela. Era um dia ensolarado e bonito de outubro em Florianópolis. Esta época, no auge da primavera, os dias eram mansos e o tempo passava, aos sentidos dela, muito vagarosamente. De onde estavam avistavam-se três viaturas de polícia em frente ao terreno baldio do bairro. Entendeu, então, que alguma coisa séria estava acontecendo.
- Luíza, cuida da comida que vou ver o que tá acontecendo. – Disse ela a sua filha, saindo com um Vítor alucinado a sua frente. Andar para Dona Maria já não era tão fácil. No auge de seus sessenta anos, a caminhada de apenas duas quadras doía como uma maratona e a hérnia – que a incomodava há décadas – parecia gritar-lhe a cada passo. Aproximando-se do terreno, avistou dois policias cochichando asperamente entre si. O mais alto portava um canhoto e um lápis e fazia anotações enquanto o mais baixo e careca falava-lhe algo que poderiam ser instruções. Ou insultos. Dona Maria os conhecia muitos bem.
- Bom dia, Srs. policiais. – disse ela aproximando-se com um ar de superioridade, o qual era a sua característica.
- Dona Maria! – Falou o careca de menor estatura, com a sua voz arrastada e fazendo um breve aceno com a cabeça. – Está tudo sob controle, daqui a pouco o Delegado vai passar na casa da Sra e explicar o que está acontecendo.
- Se eu estou aqui, quero saber o que está acontecendo agora. – retrucou, colocando as mãos na cintura. O mais alto, que atendia pelo nome de Válber, ficou sem graça, arrumou os óculos escuros e entrou na viatura para fazer algum pedido pelo rádio.
- Acharam um corpo. – Disse ele a contragosto.
- Eu não falei, tia! – gritou Vítor, que ainda estava por ali muito excitado. – um corpo de gente, né moço?
- Quem é o sujeito? – perguntou ela, perdendo a paciência.
O policial olhou para baixo, protelando sua fala. Dona Maria percebeu que estava suando e que notícia boa não deveria ser.
- Eu acho que a Sra o conhece - resmungou finalmente - o nome dele é Cléber José Vieira. Mais conhecido como Binho.
Por um momento Dona Maria não entendeu, foi processando lentamente as palavras do policial careca. Quando a mensagem se fez clara, ficou tonta e cambaleou. Teve de ser amparada por ele para não cair sentada. Olhou para o terreno e sentiu as lágrimas escorrendo em seu rosto. Ficando firme e recomposta novamente, deu as costas ao policial e seguiu determinada para a sua casa: tinha muito a fazer. E, certamente, esses afazeres não eram, nem um pouco, relacionados ao almoço daquele dia.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Tentando entender o George


Eu estava conversando com o George esses dias. George é meu novo amigo, pra quem não sabe.
E ele tava me falando de umas concepções muito doidas. Falávamos sobre a possibilidade de uma sociedade futurística apocalíptica e suas várias características, uma em especial me chamou a atenção: a criação de uma nova língua. Diz meu amigo que esta língua - denominada por ele a Novilíngua - terá peculiaridades interessantíssimas. E dessas peculiaridades poderá se tirar grandes conclusões e um entendimento profundo desta sociedade por ele criada.
Esta língua visa a objetividade. Ou seja, sua primeira ação, então, seria acabar com os sinônimos. Logo depois, poderia-se destruir os antônimos, já que milhares de sinônimos despareceriam. Depois, acabariam-se os montes de adjetivos. Porque afinal, se há o bonito, pra quê o maravilhoso, explendoroso etc? Que fiquemos com o mais simples e direto. E depois, acabariamos com vários verbos. Se o princípio é a rapidez e a objetividade, pra quê falar ou escrever tanto, não é mesmo?
As consequências seriam drásticas, diz meu amigo. Afinal, com tanta destruição de palavras, o rumo natural das coisas seria, obviamente, todas as palavras se limitarem a uma só.
E é aí então que vemos qual é o real objetivo desta Novilíngua: estreitar a gama do pensamento.
O George - vendo que eu estava horrizado - me explicou direitinho, dando um exemplo: " Como é possível dizer "liberdade" e seu conceito, se for abolido o conceito de liberdade? Todo o mecanismo do pensamento será diferente. Com efeito, não haverá pensamento, como hoje o entendemos. Novilíngua quer dizer não pensar. Não precisar pensar. Novilíngua é inconsciência."
Depois de ouvi-lo falar isso com tanto entusiasmo, me ocorreu um pensamento (sim, eu ainda tenho pensamento): devemos matar esse meu amigo, o George.
Imagina se ele escreve um livro com isso tudo? Temos de matá-lo. Com certeza temos.
Mas algo me impediu, pelo menos naquele momento, de fazê-lo.
Se ele escreve um livro com este conteúdo, pode ser que pessoas tomem conhecimento desta idéia e entendam o quanto ela é horrível para toda a espécie humana. E, visto desta maneira, até que seria bom deixá-lo escrever este tal livrinho.
Quem diria, hein George, que com esse bigodinho tu terias idéias tão lúcidas. Ou, pra quem assim as vê, tão terríveis.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

A música como paixão.

Eu estou viciado num filme que não vi!
Estou a escutar a sua trilha sonora o tempo todo e imaginando como deve ser ele.
Claro! A trilha sonora é do Eddie Vedder, mentor do Pearl Jam. A voz dele continua sensacional e as músicas contêm uma potência que não presenciei no Pearl Jam.
E esta potência não se encontra no peso das músicas que, passando longe disso, podem se assemelhar a um country.
A potência a qual me refiro se encontra no sentimento que há em todas as faixas. Seja de felicidade, dor, ódio, solidão ou amor.
Demais! Quando não leio no ônibus, escuto música. E este CD não sai do MP3.
Ah, para eu lembrar: o nome do filme é Into The Wild.
Talvez um dia eu o assista. Talvez não.

"There's a big
A big hard sun
Beating on the big people
In the big hard world"

E, adivinhem, hoje está um dia ensolarado. Nem parece inverno.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

A difícil hora do adeus.

Terminei hoje, a contragosto, Os Livros e os dias de Alberto Manguel.
Poucas vezes li um livro tão prazeroso. Quando estava em suas últimas páginas, enrolei para não ler, ou quando lia, fazia-o vagarosamente, me atinando a cada detalhezinho.
Pudera, o livro é dividido em doze capítulos e, em cada um, é discutida uma obra de um autor diferente.
É sensacional ver a paixão que Manguel tem por estes livros, que foram importante para ele de alguma maneira, e é maravilhoso também o modo como ele sabe incitar o leitor à gostar das obras que menciona.
Ele faz analogia com todas elas, explicando-as, observando detalhes, contando quando as leu e como elas o influenciaram, não como escritor, mas como leitor assíduo que é.
O livro é quase um diário, pois entre uma análise e outra das obras, ele relata sua rotina de viagens e palestras, além de seus sentimentos. Colocando-se no lugar das personagens, das situações, nos locais aludidos na obra e, até mesmo, no lugar do próprio escritor.
Dá pra sentir a sinceridade nas palavras de Manguel. Afinal, como ele mesmo diz, "é apenas uma análise de um leitor qualquer, não de um escritor".
E é horrível ter de terminá-lo. Pior ainda, ter de devolvê-lo à biblioteca.

"A leitura é uma conversa. Os lunáticos respondem à diálogos imaginários que ouvem ecoar de algum lugar de suas mentes; os leitores respondem a um diálogo similar provocado silenciosamento por palavras escritas numa página."

Eu tenho pena de quem ainda não tem, ou nunca terá, o prazer em ler.
Pensando bem, pode ser bom. Não ficará triste por acontecimentos como o de hoje.
Porque esta tarde, perdi um amigo.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Muda o nome, muda a proposta.

Este blog tomou novos rumos. Rumos inesperados.
Falando assim parece grande coisa. E realmente é. Para mim, claro.
Vou escrever o que me der na telha e sei que será, na maioria das vezes, um monólogo.
Não farei propaganda nenhuma e me sinto até estranho por pensar que apenas eu irei ler esta explicação, tornando ela uma auto-explicação.
Ultimamente tenho escrito muito. A esmo.
Então, este local toma um lugar de memória, quase um diário. Mas não com o papel de descrever minhas vivências. Essas descrições até podem ocorrer, mas este espaço ficará para que eu registre o que eu mesmo queira lembrar daqui há um, dois, três, cinco anos.
Espero ser lido mais por mim mesmo do que por qualquer outra pessoa.
Um abraço a você, - ou seja, a mim - caro leitor.

Mais créditos para os vilões.



O novo Batman está chegando e, com ele, um novo e alucinado Coringa.
Eu sempre me interessei mais pelos vilões. O motivo? Foi por constatar que estes personagens são sempre mais complexos. É preciso uma história convicente, algo que caracterize, justifique, as açoes do vilão. O Benfeitor não precisa de preceitos, certo? Porque fazer o bem é o correto e pronto. Que coisa chata.
Portanto, faço aqui um apelo. Que não passará de um apelo a mim mesmo.
Quero um filme, uma história, um livro, qualquer coisa que priorize e enalteça a existência do Vilão. Que mostre as traquinagens e porraloquices destas figuraças sem ninguém para atrapalhar.
Não quero mais saber de salvar a mocinha, quero que elas sejam atormentadas.
Não quero exemplos para nenhuma criança, quero que elas tenham medo.
Não quero seguir o já traçado e ser bonzinho.
Quero transgredir as regras.
Agir assim me parece ser mais interessante.
E o papel perfeito do Coringa - um dos meus vilões favoritos - foi interpretato por Heath Ledger. Pra quê melhor? Um vilão alternativo, teatral e perverso representado por um rapaz que, por pura ironia do destino, morreu de overdose. Dizem que foi acidental. Tudo bem, eu acredito.
Foi feito tanto rebuliço em cima disso que agora estão cogitando a alteração do filme para The Dark Clow. hahahahahaha
Mas falando sério, estão falando em colocar o falecido Ledger para concorrer como ator coadjuvante.
Discordo completamente! Ele tem de concorrer ao melhor ator, de papel principal. Isso sim!
Nem o Nicholson conseguiu chamar tanta atenção. Grande tirada, Ledger! Palmas pra você!
No dia 18 eu pretendo ir te ver nas telonas.
Até lá.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Inventando

Estava frio e eu andava por volta das sete horas da noite pelo centro.
Foi quando vi uma menininha postada a frente de uma loja, já fechada, segurando um cartaz com as seguintes palavras escritas à mão: "Deus está entre nós".
Eu não entendi. Quero dizer, entendi as palavras, não sou disléxico. O que não compreendi foi o porquê daquele ser minúsculo estar àquela hora com um cartaz com estes dizeres.
Fui até ela. Dei um trocado e perguntei: "Tu conhece Deus, afinal?"
Ela, com um olhar agressivo como se estivesse sendo ofendida por eu lhe dar algum dinheiro, me respondeu: "Sim e não. Conheço o bastante para poder ficar com este cartaz na mão. Mas Ele não me conhece ao ponto de poder me dar algumas moedas."
Graças a Deus resolvi dar moedas àquela menina.

"Remember that God is watching you
Remember that He's watching, then,
Remember that you are going to die,
And remember, you don't know when."

Mas tudo bem. Eu confio Nele.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Devaneios Matinais


Ah! Um bordel de putas cegas! Onde elas vivessem bem. Muito bem.
Afinal, não veriam seus sórditos clientes que, eventualmente, são velhos e gordos. Maltrapilhos, sujos, nojentos.
Nem tomariam conhecimento das consequências de sua batalha travada e perdida para o tempo.
Um bordel assim, proporcionaria a cada prestadora de serviço dele uma singela inocência.
A qual poderia, em meio a tanta obscenidade e falta de pudor, perdurar eternamente.
Aliás, eu quero uma puta cega para mim. Quem não iria querer?
Uma que me dê prazer incodicional. E, claro, não
me veja em situações constrangedoras e não me julgue por qualquer motivo que for.
Que não veja também e nem se dê por conta o quanto sua existência é insignificante e sua atividade
extremamente indigna.
Olha, não que eu esteja preocupado. Não mesmo. Mas queria entender quem fez com que estas mulheres sejam estes seres sofríveis sem visão. Tanto potencial perdido numa imensa escuridão despudorada.
Eu tento sempre pensar que é culpa do bordel. Esta instituição sem escrúpulos e aproveitadora.
Mas logo caio na real e me pego rindo.
A culpa é dos clientes. É óbvio que é. São eles que vão até estes lugares, apenas divertem-se, aproveitam-se e nunca fazem nada. Absolutamente nada para que estas mulheres possam, quem sabe, enxergar um filete de luz.
Então, subitamente, paro de rir. Pois lembro que também sou um cliente.
E entendo que, posso não ser cego, mas com certeza tenho sérios problemas de miopia.
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Culpem o 'rapazote' da foto, meus caros. Foi ele quem me contou sobre um bordel com estas características.
Eu apenas escrevi um texto. O que tem de mal em escrever um texto? Afinal de contas, é apenas um texto.
Não é mesmo?